A estratégia será mostrada no 1° Workshop do Sudoeste Goiano, que vai acontecer no dia 17 de outubro na cidade de Mineiros, no interior do Estado de Goiás

Abrir novas fronteiras para a silvicultura. Este é o objetivo do 1° Workshop Florestal do Sudoeste Goiano, que vai acontecer no dia 17 de outubro na cidade de Mineiros, no interior do Estado de Goiás.
Idealizado por Marcelo de Souza e Sabine Lanzer, ambos com larga experiência no setor florestal, o evento é fruto de uma profunda pesquisa sobre o grande potencial que a região oferece por ter demanda de madeira para energia, além de mais de 200 mil hectares de pastagens degradadas aptas para a silvicultura e escoamento da produção para três Estados que fazem divisa com o município: Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Além do consumo para energia de grandes empresas instaladas na cidade e num raio de 200 quilômetros, o município é servido por rodovias como a BR-364, a GO-194, a GO-306, a GO-050 e a GO-341. Está situado próximo ao porto seco (ferrovia) do Alto Araguaia-MT (92,6 km) e do porto fluvial (hidrovia) de São Simão-GO (270 km).
De acordo com dados do Ministério dos Transportes, o município de Mineiros será contemplado, ao longo de seu território, pela passagem da ferrovia Ferronorte, que ligará Porto Velho à Estrela do Oeste, em São Paulo, passando por Alto Araguaia-MT, Mineiros, Jataí, Rio Verde e São Simão em Goiás.
Outra característica importante que favorece a silvicultura é a sua localização geográfica, por contemplar as maiores altitudes goianas, com variação de 700 a 1100m. No município brotam mais de 2.000 nascentes d´água, algumas subterrâneas, como o aquífero Guarani, formando vários rios, dentre eles o Rio Araguaia, Rio Verde, Formoso e Jacuba, abastecendo duas grandes bacias hidrográficas do Brasil – a bacia do Araguaia-Tocantins e Bacia do Paranaíba. Mineiros abriga, em suas terras, o Parque Nacional das Emas, considerado como patrimônio natural da humanidade.
A precipitação média anual varia de 1200mm à 1800mm. O período chuvoso é de novembro a março, com maior concentração das chuvas no período de janeiro a março.
Como se as características físicas não bastassem, Mineiros apresenta boa oferta de mão de obra e conhecimento científico com a presença da Universidade Federal de Goiás (UFG), situada na cidade de Jataí; a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Chapadão do Sul; o Centro Universitário de Mineiros e a Universidade Estadual de Goiás, em Ipameri.
O eucalipto em Goiás
O governo de Goiás estima que haja 55 mil hectares de florestas comerciais em todo o Estado, sendo 39 mil de eucalipto e 16 mil de outras espécies. Na região de Mineiros, a área de plantio de eucalipto aproxima-se dos 7.000 hectares, sendo muitos deles fora da qualidade mínima exigida a cultura. “Por isso, a necessidade de realizarmos este workshop, para demonstrar aos produtores como se produz uma floresta de eucalipto de alta produtividade e o que pode melhorar no rendimento de suas propriedades, além de mostrar, ao poder público, os benefícios de uma cultura rentável como a do eucalipto. Temos o exemplo de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, para seguir. Por isso convidamos a prefeita Márcia Moura para ser uma das palestrantes e contar a história de sucesso do seu município. Mineiros se candidata a ser um novo polo florestal, se posicionando como possível rota de investimentos para o setor”, salienta Marcelo de Souza.
Governo está incentivando o plantio de florestas
A Câmara Setorial de Produtos de Base Florestal do Estado de Goiás (Câmara Florestal) e o governo do Estado assinaram um protocolo de intenções para a implementação do Programa Goiás Florestal Competitivo.
O Programa propõe ações de fomento ao setor envolvendo sete secretarias. As propostas vão desde a oferta de linhas especiais de crédito até programas de qualificação de mão de obra, passando também por ações de fiscalização de uso de madeira ilegal. O objetivo do protocolo é fomentar o setor com políticas de apoio aos empreendimentos nos âmbitos rural, industrial e comercial. “Goiás participa hoje com menos de 1% das florestas plantadas no Brasil. Temos um potencial imenso. Esta é uma atividade econômica que pode gerar empregos e mais valor aos nossos produtos”, ressaltou o secretário de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela.
Segundo o secretário, os produtos de base florestal em Goiás têm grande importância econômica e social, mas carecem de políticas de apoio que possam dinamizar seu desempenho e incrementar sua competitividade em nível nacional. “Esse programa se insere nas políticas de incentivo aos setores produtivos em Goiás, que vem impulsionando o crescimento do Estado acima da média nacional há mais de 10 anos. As atividades de base florestal empregam muita gente. É importante para muitos dos nossos municípios e, portanto, merecem toda a nossa atenção”, comentou o secretário Vilela.
Dentre os principais produtos de base florestal estão a madeira para construção urbana e rural, madeira para fabricação de móveis, madeira como insumo na geração de energia, artefatos de madeira com aplicação variada e a borracha natural. Segundo o presidente da Câmara Setorial de Produtos de Base Florestal de Goiás, Ricardo Cantaclaro, apesar de a demanda estar aquecida no País nos últimos anos, Goiás foi o Estado que mais reduziu área de floresta plantada em 2012 (queda de 29% sobre 2011). O Estado possui atualmente 54,5 mil hectares de florestas plantadas, o que representa menos de 1% dos 6,6 milhões de hectares de eucalipto do País.
Entre as entidades representantes dos setores produtivos que compõem a Câmara Florestal em Goiás estão a Associação Goiana de Silvicultura (GoiasFloresta), Sindicato das Indústrias de Móveis e Artefatos de Madeira, Associação dos Produtores de Borracha Natural de Goiás e Tocantins (Aprob GO/TO), Sindicato do Comércio de Materiais de Construção do Estado de Goiás, Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), e Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Todas se farão representar no workshop em Mineiros dia 17 de outubro.
Fonte: Painel Florestal